Muito se fala sobre planejamento previdenciário atualmente. Muita gente pensa até que é só entrar no “MEU INSS” e pegar o cálculo que tem ali no sistema. Simples assim…
Mas não é só isso. Inclusive, é muito mais que apenas entrar no sistema e imprimir aqueles cálculos, pois há um grande risco em apenas se basear naquelas informações.
Vamos começar com um exemplo:
Quando você vai ao médico e no decorrer da consulta ele informa que precisará de exames para poder diagnosticar seu problema, o que você prontamente faz?
Os exames!
Quando você quer construir uma casa, o que é necessário para levantar a construção?
Isso mesmo, o projeto!
Veja, de forma alguma alguém iria para uma cirurgia sem realizar os exames que o profissional da saúde pediu.
Espero também que de forma alguma alguém pense em construir uma casa sem o projeto, para a segurança de todos.
Para as duas situações, o exame e o projeto, o planejamento da cirurgia e o planejamento da planta para erguer os muros são NECESSÁRIOS. Sem eles, muito provavelmente a cirurgia daria errado ou a casa poderia cair.
Acho que com esses exemplos fica fácil de entender o que é um planejamento previdenciário, certo?
É planejar a aposentadoria do cliente de acordo com suas contribuições já feitas e as futuras, dentro da sua possibilidade financeira.
Muita gente tem a crença de que é apenas pagar um valor mensal e no final da vida ir direto ao INSS pedir a aposentadoria que tem direito.
E sim, pode fazer isso, pois para fazer pedidos ao INSS não precisa de advogado.
Mas essa crença de que é apenas pagar o valor e no final pedir a aposentadoria que tem direito é uma falha e é extremamente perigosa.
Explico o porquê:
Ao longo da nossa vida são anos e anos de trabalho. É uma linha temporal longa, e em algumas situações, ou seja, com algumas pessoas, os salários podem ter mudado, a forma do contrato também, ou a situação financeira melhorou ou piorou.
Você pode ter trabalhado por anos em uma empresa XX e ganhou um valor bom. Atualmente pode não ganhar o mesmo valor, a renda mensal pode aumentar ou diminuir.
Outra coisa que pode ocorrer é a empresa ter feito a contribuição abaixo do valor correto, de forma irregular, ou até mesmo não ter feito a contribuição.
Isso é errado? Sim, muito. Mas existem inúmeros casos assim.
Tá, Isis, mas isso muda alguma coisa no final das contas?
Sim! Todos esses detalhes fazem diferença no seu benefício.
O planejamento previdenciário é o “exame” ou o “projeto” que o advogado previdenciarista faz antes de iniciar seu processo. Essa análise pode fazer com que o cliente não perca dinheiro ao se aposentar.
Imagine que o Sr. João já pode se aposentar com o benefício pela regra “X”, mas antes de fazer o requerimento, ao se analisar toda a situação, realizar o “exame”, o “projeto”, ou seja, o planejamento, se verifica que caso ele contribua por mais 03 meses, poderá ter outro um benefício pela regra “Y”, recebendo um valor significativamente maior?
Diante disso, o risco da falta de um planejamento previdenciário é prejudicar financeiramente o Sr. João.
Acredite, isso ocorre muito. E em algumas situações não tem como reverter.
Você iria para uma cirurgia sem os exames necessários? Construiria uma casa sem o projeto colocando você, sua família e os vizinhos em risco?
Te pergunto agora: sabendo dos riscos envolvidos, você entraria com um processo sem a análise detalhada de cada item do seu histórico previdenciário e de trabalho?
O planejamento previdenciário proporciona ao cliente a segurança de que foram analisados e computados em seu benefício e cálculo todas as informações necessárias e úteis para o melhor benefício a que tem direito.
Proporciona também, quando há tempo, a liberdade para possibilidade de escolha da forma de contribuição que melhor pode se encaixar na sua realidade, e ao final, receber um benefício de valor mais alto.
O planejamento é só para quem está para se aposentar?
Não! O planejamento previdenciário serve para quem está próximo de se aposentar, para quem está iniciando a vida contributiva, para quem contribui seja para o INSS ou pelo regime próprio… Ou seja, serve para todos.
Pois todos que trabalham são obrigados por lei a contribuir para a previdência!
O planejamento serve para verificação da situação contributiva e de todas as possibilidades que eventualmente existam, e se isso for analisado o quanto antes, melhor, não é mesmo?
Com a realização do planejamento, o cliente tem segurança e liberdade em suas outras escolhas de investimento.
Nossa, Isis, investimento? Sim, é obrigatório, mas é como se fosse um investimento financeiro, afinal é pago um valor mensal e ao final da vida tem o “retorno” desse valor, não é assim?
Então, nada mais é do que um investimento.
E o planejamento previdenciário entra aqui para que ajude o contribuinte a ter um investimento (obrigatório) lucrativo no final das contas.
Alguma vez você já parou para pensar dessa forma?